quinta-feira, 19 de março de 2015

Os motivos


Nunca imaginei ser mãe, mas fui escolhida por um anjinho e decidi contar para todos a minha experiência com todos os detalhes, inclusive o lado B da maternidade. Para contar sobre os pontos não agradáveis da maternidade, acho que preciso explicar os motivos que me levaram a falar sobre a minha visão desta fase de nossas vidas.
Sou filha de mãe solteira, termo que sempre detestei e acho de extremo mal gosto, mas que vou utilizar aqui como referência para o  principal por eu ter desistido de ser mãe logo na adolescência, quando todas as meninas da idade começavam a falar sobre o futuro. Por algum motivo meu pai decidiu que não assumiria a paternidade e sua responsabilidade e deixou minha mãe com a incumbência de cuidar de mim. Não entrarei em detalhes sobre a vida da minha mãe para não fazer deste post uma novela mexicana!
Este é o motivo principal, mas não o único, para eu sequer cogitar a ideia de ter um filho. Claro que não ter a figura do meu pai por perto me causou danos que sei que talvez fossem minimizados se ele tivesse resolvido ser um pai presente, nem digo morar junto, como comercial de margarina, família feliz e tal, digo participar da vida de uma filha que ele gerou, mas também não vou discutir as razoes dele, eu não posso analisar sem ter tido a oportunidade de questionar e entende-lo. Ele faleceu antes que eu tivesse idade suficiente para fazer perguntas que eternamente martelam minha mente.
Resumindo: não me sentia preparada para assumir tal responsabilidade. Financeiramente, emocionalmente,  psicologicamente e todos os “ente” que se possa imaginar, ser mãe exige muito, em todos os aspectos e hoje posso falar com propriedade, o que antes eu já imaginava só por estar perto de muitas mães, o que me fazia refletir e deixar a maternidade de lado. Nada me aflorava o tal desejo de ser mãe.
E esta minha condição era compartilhada por muitas amigas, que até hoje continuam com a mesma opinião. E que fique claro que eu continuo achando muito difícil ser mãe, mas hoje eu preciso colocar minhas convicções lá no bauzinho e tocar a vida e tentar ser a melhor mãe que eu puder, mesmo ciente que errarei muito, tentarei o meu melhor.

2 comentários:

  1. Gostei de descobrir, meio na surpresa, que vc está escrevendo. Espero que vc desempaque - tem muitas coisas nessa história que vc nunca vai lembrar de me contar nas conversas cotidianas, e que eu vou gostar de saber! Sobretudo, o desafio está só começando. Com certeza escrevendo vc vai achar outras companheiras de viagem. Escreve mais!

    ;)
    D.

    https://desejodebebe.wordpress.com/

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  2. Olá Adriana, me identifiquei bastante com seu primeiro relato. Sou também filha de mãe solteira e tbm hj, apesar de 7 anos de casamento, não me animo muito a ter filhos, a assumir essa responsabilidade. Mas o meu marido quer muito e tenho vivido um dilema. Gostaria que você continuasse a escrever, principalmente mostrando a realidade do lado B de ser mãe que quase todos ignoram. Bjão. Fica com Deus

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